Entrevista com a Presidente: Como impedir o acesso de menores a conteúdos adultos

Com Paula Aguiar, Presidente da ABIPEA


Jornalista: Paula, o tema do acesso de menores a conteúdos adultos sempre gera muita discussão. Por que essa pauta é tão importante para a ABIPEA?

Paula Aguiar:
Falar sobre o acesso de menores a conteúdos adultos não é uma questão de moral ou censura — é uma questão de responsabilidade digital.
O mercado adulto faz parte da economia criativa, movimenta milhões e gera empregos, mas também tem o dever de se autorregular para proteger o público vulnerável.
A ABIPEA vem liderando esse diálogo no Brasil, e a TAG RTA ABIPEA é uma ferramenta concreta dessa responsabilidade.


Jornalista: O que exatamente está por trás desse problema de exposição precoce?

Paula Aguiar:
Hoje, a internet é livre, mas não é neutra. Sem filtros adequados, menores acabam expostos a conteúdos que não são apropriados à sua faixa etária.
O problema não é o conteúdo adulto existir — ele tem um público legítimo —, e sim ele estar acessível a quem não deveria ter acesso.
É por isso que as tecnologias de bloqueio e as tags de identificação são fundamentais: elas são o pilar do uso ético da informação.


Jornalista: E como a TAG RTA ABIPEA ajuda a resolver isso na prática?

Paula Aguiar:
A TAG RTA ABIPEA é uma iniciativa de autorregulação do mercado adulto inspirada em modelos internacionais.
Quando um site usa essa tag, ele marca o seu conteúdo como restrito a adultos, permitindo que navegadores, filtros e ferramentas de controle parental façam o bloqueio automático.
Ou seja: não é censura — é responsabilidade compartilhada.
O selo RTA ABIPEA funciona como um “RG digital” para o conteúdo adulto brasileiro, identificando claramente o que é próprio apenas para maiores de 18 anos.


Jornalista: Há quem diga que isso pode limitar o mercado. Qual é o posicionamento da ABIPEA sobre isso?

Paula Aguiar:
Nosso objetivo não é restringir o mercado, é qualificá-lo.
A ABIPEA atua como ponte entre empresas, provedores de tecnologia e políticas públicas, criando um ambiente mais seguro e confiável.
Acreditamos no direito do adulto de acessar o conteúdo que desejar, e também no direito da criança e do adolescente de serem protegidos.
A liberdade digital precisa andar de mãos dadas com a responsabilidade — e esse é o caminho que estamos construindo.


Jornalista: Então o papel da família e da educação digital também entra nessa equação?

Paula Aguiar:
Sem dúvida. Não existe tecnologia que substitua o diálogo familiar.
Os pais precisam entender que o controle começa em casa, e que a tecnologia é uma aliada — não uma babá digital.
Mas o mercado também tem que fazer a sua parte.
E é isso que a ABIPEA vem promovendo com o RTA: um pacto pela responsabilidade digital.
Autorregulação não é marketing — é maturidade do setor.


Jornalista: Para encerrar, qual mensagem você deixaria para o público e para os profissionais do setor adulto?

Paula Aguiar:
Eu diria que ser adulto é também proteger quem ainda não é.
O futuro do mercado adulto é ético, seguro e consciente.
A TAG RTA ABIPEA representa essa nova fronteira da responsabilidade digital no Brasil.
E nós queremos que o setor seja lembrado não apenas pelo prazer que proporciona, mas pela seriedade com que protege.


👉 Saiba mais sobre a iniciativa em: https://rta.abipea.org/
📍 ABIPEA – Associação Brasileira da Indústria e Profissionais do Entretenimento Adulto